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Perspectivas

Facebook amplia ataque contra esquerda socialista

Publicado originalmente em 25 de janeiro de 2021

O Facebook está levando adiante uma crescente campanha de censura na internet, tendo como alvo a esquerda socialista. Páginas inteiras no Facebook estão sendo removidas, e contas individuais estão sendo desativadas permanentemente, sem qualquer explicação ou oferecer nenhum recurso.

O último ato de censura foi a exclusão do Facebook da página oficial do Juventude e Estudantes Internacionais pela Igualdade Social (IYSSE) da Universidade de Michigan (UM). O IYSSE é o movimento de estudantes e jovens do Partido Socialista pela Igualdade (SEP). Ele é um grupo reconhecido de estudantes do campus da UM desde 2007, e a sua conta no Facebook está ativa desde 2013.

CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, testemunha diante da Comissão de Serviços Financeiros no congresso, em Capitol Hill nos EUA em 19 de outubro de 2019.

As contas do presidente e do representante universitário do grupo foram desativadas, com aquelas de outros seis administradores.

Entre aqueles incluídos no expurgo político do Facebook estão membros do SEP em Michigan, onde a sede do partido está localizada com o escritório editorial nacional do World Socialist Web Site (WSWS). Tanto Genevieve Leigh, a secretária nacional do IYSSE, quanto Niles Niemuth, o editor administrativo dos EUA do WSWS, tiveram suas contas apagadas. Ambos são membros da direção nacional do SEP.

Mais informações estão começando a surgir de outros grupos que foram alvo. O Facebook também removeu páginas e mais de uma dezena de contas individuais associadas à Struggle La Lucha e ao Socialist Unity Party (Partido da Unidade Socialista) nos EUA. No final da semana passada, as páginas associadas ao Socialist Workers Party (Partido Socialista dos Trabalhadores) no Reino Unido foram apagadas em conjunto com as contas pessoais daqueles que as moderavam. Apesar da página principal ter sido restabelecida, muitas das páginas de filiais locais e contas de membros ainda estão desativadas.

Essas medidas do Facebook acontecem em um contexto político definido. Há uma imensa e contínua crise política dentro do Estado americano, uma pandemia que já matou quase 430 mil pessoas nos Estados Unidos, uma crise econômica extrema e uma revolta crescente da classe trabalhadora contra a política da elite governante capitalista como um todo. A classe dominante está aterrorizada pelo crescimento da oposição social vinda de baixo.

Há menos de três semanas, o presidente americano Donald Trump incitou uma insurreição fascista em Washington com o objetivo de anular o resultado da eleição e abolir os direitos democráticos. Os alvos centrais das declarações cada vez mais frenéticas e fascistas de Trump durante o ano passado foram o "socialismo" e o "marxismo".

Os democratas, por sua vez, chegaram ao cargo sob a administração Biden, apelando à "união" com o Partido Republicano. Biden tem insistido na necessidade de um Partido Republicano "forte" e se opõe a qualquer exame e exposição do envolvimento dos altos escalões e do apoio à insurreição fascista.

No domingo, o Washington Post publicou um artigo sob o título "Ataque ao capitólio vai estimular ampla repressão contra os extremistas domésticos". Apesar de se referir à violência direitista como "uma doença que parece ter tomado conta do sistema nervoso da nação", fica claro a partir das ações do Facebook que o alvo principal não é a direita, que, em todo caso, pode contar com o apoio do Estado e de setores da classe dominante. Sob a categoria de "extremismo doméstico", o ataque será focado contra a esquerda.

O objetivo é decapitar a oposição socialista à extrema-direita. De fato, os últimos posts do IYSSE na UM antes das medidas do Facebook incluíam links para o encontro online do WSWS, "Aonde vão os Estados Unidos? O golpe de Trump e a ascensão do fascismo", e as declarações do WSWS, "A pandemia e a tentativa de golpe de Trump", "Democratas apelam ao bipartidarismo enquanto republicanos clamam por sangue", e "O que teria acontecido se a multidão fascista de Trump tivesse feito reféns?”.

O Facebook e outras empresas de redes sociais não estão agindo sozinhas. Elas trabalham em estreita colaboração com o governo e, em particular, com o Partido Democrata, que é extremamente sensível e se opõe a todas as manifestações de oposição social vindas de baixo.

A partir de 2017, o WSWS expôs e mobilizou a oposição à censura e ao banimento das visões de esquerda e socialistas. Isso começou com as medidas do Google, alterando os seus algoritmos de busca para promover "conteúdo confiável" e rebaixar "pontos de vista alternativos". Sundar Pichai, o CEO da empresa-matriz do Google, Alphabet, admitiu que o WSWS foi escolhido especificamente como alvo.

As ações do Google foram seguidas por uma série de medidas do Facebook, Twitter, YouTube, Reddit e outras plataformas de redes sociais, bloqueando o acesso e censurando as posições dos socialistas.

Agora, sob condições de crise sem precedentes, a classe dominante está ampliando a sua campanha de censura. É significativo que a página do IYSSE e os líderes do SEP, que foram os primeiros alvos do Facebook, estejam em Michigan, onde o SEP e o WSWS exercem uma influência significativa na classe trabalhadora. Em março, quando a pandemia estava começando a se disseminar em larga escala nos Estados Unidos, os trabalhadores do setor automotivo em Michigan lançaram uma campanha de paralisações selvagens contra serem obrigados a continuar trabalhando em condições inseguras.

Artigos e declarações publicados pelo WSWS chamando uma greve foram lidos por dezenas de milhares de trabalhadores, principalmente através do Facebook.

O ímpeto em direção à censura só pode ser revertido através da mais ampla mobilização da oposição entre trabalhadores, jovens e intelectuais e jornalistas progressistas!

O Partido Socialista pela Igualdade pede a todos que lerem esta declaração:

1. Enviem declarações exigindo uma reversão imediata das ações do Facebook para info@support.facebook.com e zuckerberg@fb.com. Envie cópias de suas cartas para comments@wsws.org para publicação no World Socialist Web Site.

2. Compartilhem esta declaração o mais amplamente possível com seus amigos e colegas de trabalho e nas mídias sociais, incluindo Facebook, Twitter e outras plataformas. Inclua a hashtag #StopCensoringSocialism.

3. Enviem ao WSWS qualquer informação que você tenha sobre a censura de indivíduos de esquerda e publicações do Facebook ou outras empresas de redes sociais para que possamos divulgar e nos opor a esses ataques.

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