Português

Will Lehman faz um chamado para que delegados da convenção o nomeiem candidato a presidente do UAW

Publicado originalmente em 14 de julho de 2022

O World Socialist Web Site está publicando a seguir uma carta que Will Lehman, trabalhador da Mack Trucks concorrendo a presidente do United Auto Workers (UAW - Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Automotiva) nos Estados Unidos, enviou a todos os delegados da Convenção Constitucional do UAW. A convenção será realizada em Detroit, no estado de Michigan, de 25 a 28 de julho.

O WSWS apoia a campanha de Lehman para presidente do UAW. Para saber mais sobre a campanha de Lehman, visite WillforUAWpresident.org.

Para os Delegados da Convenção do UAW:

Meu nome é William Lehman. Trabalho há cinco anos na Mack Trucks em Macungie, no estado da Pensilvânia (EUA). Eu estou concorrendo a presidente do UAW Internacional.

O Monitor nomeado pelo tribunal aprovou minha declaração de intenção de concorrer à presidência. Entretanto, para estar nas urnas, devo ser nomeado na convenção do UAW, que começa em 25 de julho. Eu faço um chamado para que me nomeiem e eu possa apresentar aos membros do UAW nas próximas eleições uma verdadeira alternativa - baseada na defesa dos interesses da classe trabalhadora - ao aparato corrupto da Casa da Solidariedade que funciona como uma força policial industrial agindo em nome das corporações.

Loading Tweet ...
Tweet not loading? See it directly on Twitter

Os escândalos de corrupção dos últimos anos expuseram o abismo intransponível entre o aparato da Casa da Solidariedade e a base sindical. Na verdade, eleições diretas estão sendo realizadas, pela primeira vez, somente porque ex-presidentes do UAW e outros dirigentes de alto escalão do sindicato foram indiciados e condenados por roubar o dinheiro das contribuições dos trabalhadores e por aceitar subornos para nos trair.

A corrupção não tem sido um caso isolado. Uma organização saudável não é vulnerável a criminosos. A corrupção do sindicato está inseparavelmente ligada à subordinação dos interesses dos membros do sindicato ao lucro empresarial pela burocracia do UAW. O recebimento de subornos das empresas automotivas é apenas a expressão mais extrema e criminosa da colaboração da Casa da Solidariedade com as corporações e a traição dos trabalhadores que ela alega falsamente representar.

Por mais de quatro décadas - desde 1979, quando o UAW aceitou concessões como condição para o resgate da Chrysler - o aparato da Casa da Solidariedade transformou o sindicato em uma força policial pró-empresarial. Todos os seus esforços são direcionados para colaborar com as empresas com o objetivo de maximizar seus lucros. Para esse fim, o UAW usa os vastos recursos do sindicato para suprimir todas as formas de resistência à exploração corporativa.

Os contratos de concessão se tornaram a regra. Todos os princípios básicos de solidariedade da classe trabalhadora aos quais os sindicatos estiveram originalmente associados foram abandonados. O sindicato impõe um sistema de faixas salariais para quem exerce o mesmo trabalho que é um escárnio para a unidade dos trabalhadores. A greve, a arma mais essencial de luta contra a ganância corporativa, tem sido suprimida por décadas. No raro caso em que não puderam ser evitadas, a Casa da Solidariedade - determinada a preservar o fundo de greve como sua propriedade pessoal - dá salários de fome aos grevistas.

Para a base de trabalhadores, toda a política seguida pelo UAW durante os últimos 40 anos tem sido um fracasso catastrófico. Os salários e os benefícios diminuíram e as condições de trabalho dos trabalhadores pioraram, ano após ano e contrato após contrato.

Estou concorrendo baseado em um programa de transferência de poder para os trabalhadores. Chegou o momento de desmontar o aparato que recebe dezenas de milhões de dólares por ano. Centenas de indivíduos na folha de pagamento da Casa da Solidariedade recebem salários de seis dígitos. Eles vivem confortavelmente, totalmente distantes da experiência da vida real de centenas de milhares de membros do UAW, que lutam dia após dia para conseguir pagar as contas.

É necessário acabar com todos os órgãos corporativos do UAW, tais como os “programas conjuntos de capacitação”, que servem como um fundo privado de recursos para o aparato burocrático. Os recursos acumulados com o dinheiro das contribuições dos trabalhadores devem estar sob o controle dos próprios trabalhadores, para nos ajudar em nossas lutas. As decisões dessa organização afetam a vida de milhões de pessoas, inclusive das nossas famílias. Essas decisões não devem ser feitas em reuniões secretas com as empresas, mas democraticamente, no chão de fábrica, para que todos vejam.

A inflação oficial chegou hoje a 9%, e a realidade é ainda pior. Os trabalhadores não podem arcar com esses aumentos no gás, aluguel e alimentação sob os acordos de concessões forçados pelo aparato. Precisamos de grandes aumentos salariais, ajustes no custo de vida, um fim às diferentes faixas salariais para quem exerce o mesmo trabalho e financiamento completo das aposentadorias para todos os aposentados, não importa o que aconteça. Não nos importamos com o que a empresa diz poder pagar, isso é o que nossas famílias precisam.

Como elemento crítico dessa luta, devemos nos unir com nossos irmãos e irmãs de classe em todo o mundo, e rejeitar a perspectiva nacionalista que o UAW tem promovido, que não garantiu nem nossos empregos nem nossas condições de trabalho. Há greves e protestos maciços em todo o mundo em torno das mesmas questões que enfrentamos.

É imperativo que nessa eleição os trabalhadores tenham uma escolha real, que exista um conjunto de candidatos o mais amplo possível. Em um período anterior, existiam alternativas reais que refletiam os pontos de vista da base e as diferentes tendências políticas. Essa tradição democrática foi erradicada há muito tempo, o que abriu o caminho para a burocracia implementar seu curso desastroso.

Meu apelo é àqueles de vocês que reconhecem o beco sem saída no qual esse aparato levou os trabalhadores do UAW e que, portanto, irão apoiar o direito dos trabalhadores de votar em mim em outubro e novembro.

Peço o seu apoio, não em meu nome como indivíduo, mas para restaurar os direitos democráticos dos trabalhadores de base e colocar em suas mãos o controle real sobre o UAW.

Para mais informações sobre minha campanha, vocês podem visitar meu site em WillForUAWPresident.org ou escrever para willforuawpresident@gmail.com.

Loading